Só atende quem entende

Nos tempos da comunicação dinâmica e altamente diversificada, poderíamos pensar que os caminhos do entendimento estão dominados e as pessoas encontram-se felizes com estes resultados. Poderíamos supor que a sociedade fala, ouve, discute e se manifesta como em nenhuma outra época, tornando a convivência cada vez mais pacífica e harmônica.

Mas, infelizmente, não é assim que temos aproveitado os fantásticos avanços tecnológicos da comunicação. Fomos engolidos pela mecanização das redes sociais, pelas infindáveis possibilidades da manifestação verbal, mas acabamos por criar uma quantidade gigantesca de conteúdos a se replicarem sem critério e sem destino focal.

Tudo se repassa, mesmo sem concordância, mesmo que nem se tenha lido o que se repassa. As postagens nas redes sociais seguem adiante, enlouquecidas e velozes, sem destino ou para inúmeros destinos, cujas pessoas as repassarão sem nenhuma objetividade.

O que se compartilha não importa, importa quem compartilha primeiro, quem fica mais popular com estas postagens sem fim.

Como vamos atender nossas necessidades pessoais, afetivas e ao nosso desenvolvimento emocional se não sabemos ao menos gerenciar nossas ações rotineiras? Permitimo-nos um comportamento autônomo e abobalhado cuja insignificância não estamos sequer questionando. 

Consequentemente, ninguém mais se entende e ninguém mais se atende, pelo mesmo e limitante motivo, por não estarmos presentes e conscientes às nossas próprias ações!

Precisamos encontrar uma solução para estarmos engajados sem perdermos nossa identidade ou nossos valores. A comunicação precisa ser nossa aliada e não a armadilha de anulação de nossos legítimos interesses.