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Dra Silvana Leonel

Depressão é doença!

O que é depressão? 

Depressão é um distúrbio mental que se caracteriza por uma tristeza profunda, muitas vezes, sem uma causa explícita que a justifique, com padrões de intensidade variáveis, cuja persistência dos sintomas ultrapasse trinta a sessenta dias de duração.

Então, qual a diferença entre tristeza e depressão?

A diferença está na intensidade e duração dos sintomas. Estar triste por uma perda, uma separação ou um acontecimento que afete a vida negativamente é normal e aceitável durante um certo período. Mas se a tristeza é profunda, não tem um motivo definido, persiste por mais de 60 dias sem melhora, se torna crônica e recidivante, então é o momento de procurar auxílio médico pois tudo aponta para uma depressão instalada.

Além disso, a depressão é muito mais grave do que uma tristeza pois traz uma sensação de ausência de energia e disposição para fazer as mínimas tarefas do cotidiano, comprometendo a vida de seu portador de forma drástica.

Quais são os principais sinais e sintomas de quem possui depressão?

Os primeiros sinais podem ser vistos a partir de uma mudança de hábitos e comportamentos, sempre denotando cansaço, desânimo, falta de motivação para tarefas costumeiras, onde o paciente dispensa ou foge de momentos de lazer ou prazer e se afasta das pessoas que lhe são queridas e importantes.

Frequentemente, o paciente desenvolve sintomas físicos por um mecanismo de descompensação generalizada com destaque para:

– Alterações da pressão arterial

– Distúrbios do sono

– Distúrbios do apetite

– Distúrbios sexuais

Em maior ou menor intensidade o paciente também poderá apresentar:

– Irritabilidade

– Baixa autoestima

– Dificuldades nos relacionamentos

– Isolamento social

– Ausência de iniciativa

– Diminuição de produtividade no trabalho e absenteísmo

– Abuso de álcool e substâncias narcóticas

– Choro fácil e melancólico.

Todos os sintomas podem evoluir para a cronicidade, descaracterizando pessoas até então dinâmicas e cheias de vitalidade, além de aumentar em mais de trinta vezes o risco de suicídio, o que determina a necessidade de que o paciente seja orientado por um profissional médico e que o tratamento seja instituído o mais rapidamente possível.

Por que temos depressão?

Dentre as causas da depressão encontram-se fatores genéticos, que não são determinantes, apenas predisponentes, embora a ciência ainda não tenha determinado quais seriam os genes responsáveis pela doença. Alterações dos neurotransmissores cerebrais como a dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA também foram detectados pela ciência médica como responsáveis pela depressão, tendo como destaque a diminuição da serotonina nas terminações neuronais. A existência de doenças anteriores também pode causar ou piorar a depressão, tais como o hipotireoidismo, fibromialgia, doença de Addison, lúpus, AVC, anemias, cardiopatias, AIDS, Alzheimer, Mal de Parkinson, dependências de álcool e drogas.

Dados impressionantes segundo a OMS

Sem dúvida, a depressão pode ser considerada o grande mal do início do século pela complexidade de sua sintomatologia, por seu agravamento silencioso, pela incapacitação de seus portadores e por uma incidência que aumenta exponencialmente.

A Organização Mundial de Saúde prevê que até 2030 a Depressão será a doença de maior prevalência no mundo, ultrapassando doenças cardíacas e cancerígenas. Estudos recentes apontam que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sejam portadoras de depressão, um número indiscutivelmente preocupante, já considerado epidêmico em várias regiões do planeta. No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas tem depressão, o maior índice dentre os países da América Latina.

A OMS alerta que a cada 40 segundos temos um caso de suicídio no mundo, sendo a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. É difícil deduzir que a depressão esteja sustentando este contexto? E quantas pessoas engrossam a lista daqueles que não chegam as vias de fato, mas que tentam ou que pensam em tentar? Quantas são as ações públicas de prevenção ao suicídio que você conhece?

Pesquisas revelam que, geograficamente, a depressão está mais presente em regiões frias e de baixa incidência solar, em populações de culturas e hábitos rígidos, em regiões com precariedade na assistência educacional e condições de saúde inadequadas, cuja população tem menores oportunidades de desenvolvimento profissional e pessoal.

Além disso, o dinamismo da vida atual, a competitividade insana, a vaidade insaciável, a necessidade de aquisições de bens e serviços de forma desmesurada se tornaram peculiaridades de uma geração de pessoas com baixos valores éticos, morais e filantrópicos. Consequentemente, surgiram atitudes reativas a nível individual, como o isolamento social, o descrédito nas parcerias e amizades, a infidelidade afetiva, a identificação com temáticas egocentradas, aumento da violência urbana e coletiva e consequente aumento de pessoas portadoras de distúrbios de comportamento, distúrbios emocionais e psíquicos.

Não é por acaso que cada vez mais o perfil das pessoas com depressão se diversifica atingindo mulheres, homens, idosos e crianças, pessoas de todas as classes sociais e de todos os setores produtivos. Estão todos expostos a essa sobrecarga de estresse, pressões, cobranças, frustrações, traumas, bullying, carência afetiva e deslealdade social. Confiar, fazer amigos, participar de grupos tornou-se um risco, uma ameaça a perturbar o equilíbrio emocional de cada ser humano.

Na maioria das vezes, leva-se tempo demasiado para reconhecer que não se está bem e que se necessita de um apoio profissional, principalmente porque supõe-se que aqueles sintomas sejam casuais e passageiros, o que faz com que a doença, de forma sutil, se agrave ainda mais.

É comum o paciente chegar ao consultório médico acompanhado por alguém da família que resolveu intervir diante da incapacidade do paciente de fazê-lo por si mesmo, por não perceber a gravidade do seu quadro ou por não dispor de iniciativa para buscar auxilio médico. Faltam-lhe as forças para lutar e há de sobra um sentimento de culpa por não se sentir feliz, mesmo quando já possui uma vida aprazível e repleta de conquistas. Sente-se culpado, como se ele próprio tivesse optado por estar deprimido. Mas é preciso esclarecer, depressão é uma doença e não uma opção de vida e precisa ser adequadamente tratada.

Posso me curar da depressão? O que posso fazer?

O tratamento inclui um conjunto de ações e posicionamentos médicos e medicamentosos, familiares e sociais, afetivos e técnicos, terapêuticos e psicoterapêuticos.

Associado à alopatia, em nossa prática clínica, incluímos a Homeopatia, a Hipnose e a Regressão, levando-se em consideração as características e a gravidade de cada caso. Certamente, essas opções terapêuticas vêm cumprindo com brilhantismo seu papel na medicina dos tempos modernos, oferecendo resultados muito satisfatórios, desde que respeitados os critérios fundamentais da sua prática, seja na escolha do medicamento por um profissional especializado, seja no uso adequado da medicação por parte do paciente ou na adequação individualizada das sessões de hipnose e regressão, todos referenciados por um acompanhamento criterioso da evolução clínica do paciente.

Proponho uma reflexão para você

Finalmente, a depressão também deve ser entendida como uma dor, uma dor emocional, física e espiritual, que atinge vorazmente não só os pacientes, mas com reflexos em seus cônjuges, filhos, pais, amigos, funcionários e até seus animais de estimação.

Porém, não se esqueçam, A DEPRESSÃO É UMA DOR COMBATÍVEL.

A depressão pode estar sendo musicada pelas cordas de corações delicados, mas será imprescindível atuarem como bravos guerreiros, lutando por sua própria existência, por sua paz e sua felicidade. Não pode haver cansaço ou entrega para a vida que temos nas mãos, precisamos ser corajosos, focados e determinados no propósito de estarmos vivos e buscarmos, incessantemente, pela alegria de viver.

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Sobre a Dra Silvana:

Médica, Psicoterapeuta, Terapeuta de Hipnose e Regressão, Executive Coach e Life Coach, cujo trabalho tem como enfoque o comportamento humano, as relações interpessoais, os distúrbios da depressão, síndrome do pânico, stress e baixa autoestima.

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