Por que você não desce da Torre?
Na vida, podemos escolher estar com as pessoas ou estar sozinhos. Por diversos motivos escolhemos falar, ouvir, trocar, compartilhar, mas por outros tantos motivos também escolhemos não dividir, não contar, esconder, guardar, mascarar, fingir e ficar num universo chamado de nosso.
Em um caminho, muitas das vezes, difícil e pedregoso, nos isolamos em Torres, solitários e ensimesmados. As Torres dos nossos castelos, as torres arranhando os céus, as torres no alto das montanhas de onde apenas vislumbramos a vida, lá embaixo.
Nas Torres nos escondemos e nos sentimos inicialmente protegidos, nos sentimos ilusoriamente a salvos da dor e do sofrimento.
Para as Torres fugimos e tentamos um acolhimento que não encontramos entre as pessoas que confiamos. Para as Torres levamos nosso séquito de desilusões, mágoas e paixões não correspondidas, conquistas não realizadas, sucessos não alcançados. Para as Torres transportamos o peso das derrotas, mesmo quando elas só existem em nossas mentes e crenças irracionais, reforçando lutos e prantos sem fim.
Ao longo da história, a humanidade segue construindo diversos tipos de Torres, de consistência e durabilidade diferentes, de características próprias, com receitas conhecidas para nelas entrar e desafios incalculáveis para delas sair.
Como entender nossos mecanismos de defesa e encontrar os caminhos da superação, do bem-estar consigo e com os outros? Como levar a vida sem rancores, sem vaidade excessiva e sem o distanciamento improdutivo do meio ao qual pertence?